Memórias sem imagens, memórias sem fatos.
Memórias indefinidas.
Pergunto-me: apenas eu as tenho?
Tão grandiosos e turbulentos são os mares do esquecimento. Tão frustrantes também! Não me sinto bem ao ter ciência de que algo relembra alguma coisa, mas ao mesmo tempo não lembrar nada. Percebo agora, quão tristes são as sensações vazias.
É apenas a sensação nostálgica, seguida de um branco intenso dentro da mente. Correr em volta é tão inútil, porém tão certo. Gritar é tão desnecessário, porém tão tentador. Assim como voltar no tempo e encher aquela lembrança vazia que parece estar lá apenas para atormentar nossos frágeis pensamentos.
Tão deplorável é o semblante desvanecido. Deprimente é o olhar perdido. Tão confusa é a sensação.
É como perder algo que preza, talvez. Por isso tenho tanto medo. Pois eu sei o quanto o tempo pode ser traiçoeiro. Ele é o grande culpado dessas perdas. Assim como nossa própria ignorância.
Prometa-me não se perder no fundo confuso e nunca visitado da minha mente. Prometa-me não ir para lá. Prometa-me não ser esquecido, porém não me atormentar. Prometa-me... Existir.
Faça sua parte, eu estou fazendo a minha.
