Não é mesmo? Chega a ser assustador.
Se há uma coisa que a vida me ensinou bem, é que eu não sei - nem nunca soube, e não sei quando conseguirei aprender - a viver de verdade.
Sempre tratei coisas normais como se fossem torturas da pior espécie. E sempre vi as pessoas como coisas tão perigosas quanto predadores da selva, famintos e prontos para me atacarem. Sempre acabo padecendo por antecipação. Transformei necessidades naturais em obsessão doentia.
Fiz tudo errado, isso que fiz. Inconscientemente, durante a vida inteira.
E cada vez que tento reverter esse processo, ele revida. Piorando o dobro.
Acho que será assim, até o dia em que piorar ao ponto de atingir um limite irrevogável. Talvez a morte? Não sei. Na verdade não sei nem se me importo mais.
Nesses últimos dias, sinto como se esse mesmo limite já tivesse sido atingido. O que já me revoltava, me revolta mais ainda. O que eu já tinha como difícil de realizar, agora tenho como quase impossível. Não me animo tanto assim com os objetivos. Muito menos com o que antes servia como remédio. Tornou-se dependência.
Mas, antes que interpretem isso errado...
Eu não estou falando de dependência de drogas.
Apenas da minha própria mente mergulhada em agonia e ânsias infundadas.